2 de novembro de 2012

THE END: QUANDO O FINAL DA HISTÓRIA É A MELHOR PARTE DELA


Todo mundo gosta de surpresas. Elas nos fazem lembrar a infância, quando tudo era novo, tudo ainda estava por ser descoberto.

É legal, por exemplo, ver um filme ou livro que tenha um final surpreendente, inesperado. Você chega no fim e BUM! Se depara com algo completamente imprevisto, que te faz repensar todo o resto. E fica satisfeito por ter sido enganado de uma forma tão engenhosa.

Vamos aos exemplos.



Filmes


Old Boy – É um filme todo dedicado à vingança. Você nunca sabe exatamente por que ou contra quem. A revelação vem no fim, de repente. Vingador e vingado fazem um acerto de contas de um jeito inesperado e perturbador.




Antes do Pôr-do-Sol – Imagine 3 marmanjos entediados numa república estudantil domingo à tarde. Um amigo chega com um DVD na mão. Todos ficam paralisados por uma hora e meia vendo um filme de diálogos, muitos diálogos, com dezenas de palavras ditas a cada minuto. E depois do filme acabar eles ficam mais meia hora parados, quietos, tentando assimilar as duas últimas frases.


Livros


A Insustentável Leveza do Ser – É meu livro favorito. A história é contada fora de ordem cronológica. Você sabe desde o começo o que vai acontecer na vida de todos os personagens. Mas o escritor só revela o que cada um estava pensando ou sentindo quando eles aparecem pela última vez. Depois eu reli o livro em algumas ocasiões, mas quando terminei o livro pela primeira vez fiquei sem chão por todo o resto do dia.





Lavoura Arcaica – Esse eu li uma vez só. A história é confusa, a linguagem é arrastada. Passei o livro inteiro sem entender o que o escritor estava querendo dizer. Daí vem o último capítulo, as cartas são postas à mesa e o protagonista dá sua cartada final. É um soco na cara. Mais uma vez, fiquei algumas horas paralisado depois de terminar a última página.




Músicas

Eduardo e Mônica (clique pra ouvir) – Sei que pra muita gente é uma música batida, mas a primeira vez que ouvi essa canção eu já tinha uns 22 anos. E ouvi de forma inesperada, no rádio do walkman enquanto esperava o ônibus pra faculdade. É uma letra curiosa, o refrão é dito apenas no início e no final da música. E é justamente no fim que ele faz sentido.

Israel’s Son (clique pra ouvir) – Essa foi outra música que descobri tardiamente. Quer dizer, mais ou menos. Eu devia ter uns 18 anos. Mas me impressionei com o som que esses garotos fizeram quando ainda tinham 14-15 anos. A explosão no final, depois que parece que a música já acabou, me arrepia até hoje. Coisas do rock.

Dois pra Lá, Dois pra Cá (clique pra ouvir) – Mais uma música que “acaba” de repente e volta de maneira inusitada, ainda mais envolvente. E na voz dela, Elis, a maior de todas. Um bolerão rasgado, pra ser ouvido ao lado de um copo de whisky. De preferência curtindo uma fossa daquelas.


Games


The Legend of Zelda: Ocarina of Time – Um dos melhores jogos da história tem também o chefão final mais desafiador de todos os tempos. Ele surpreende porque é difícil de um jeito certo, honesto. A agilidade do jogador, sua destreza, raciocínio, capacidade de observação, tudo será testado na medida exata. E ao mesmo tempo.






Shinobi III: Return of the Ninja Master – Esse foi o auge da série Shinobi. É um game que também tem um chefão final tremendamente difícil. Aliás, toda a última fase é muito difícil. Mas, além de desafiador, é um jogo bastante intuitivo. Seu sucesso depende diretamente das habilidades desenvolvidas nas fases anteriores. Mesmo quando perde, o jogador não sai frustrado, pois dá pra perceber onde errou e o que está faltando.  E quando consegue finalizar, é gratificante.



Série de TV

24 Horas – As aventuras do agente secreto Jack Bauer são rápidas e cheias de reviravoltas. O roteiro é muito bem amarrado; é impossível comentar a história sem deixar escapar algum spoiler. A primeira temporada é uma obra-prima composta por 24 episódios. O último deles é o mais tenso e também o mais difícil de prever até os minutos finais. De perder o fôlego.