Todo mundo gosta de surpresas. Elas nos fazem lembrar a infância, quando tudo era novo, tudo ainda estava por ser
descoberto.
É legal, por exemplo, ver um filme
ou livro que tenha um final surpreendente, inesperado. Você chega no fim e BUM!
Se depara com algo completamente imprevisto, que te faz repensar todo o resto. E
fica satisfeito por ter sido enganado de uma forma tão engenhosa.
Vamos aos exemplos.
Filmes
Old
Boy – É um filme todo dedicado à vingança. Você
nunca sabe exatamente por que ou contra quem. A revelação vem no fim, de repente.
Vingador e vingado fazem um acerto de contas de um jeito inesperado e perturbador.
Antes
do Pôr-do-Sol – Imagine 3 marmanjos entediados numa república
estudantil domingo à tarde. Um amigo chega com um DVD na mão. Todos ficam
paralisados por uma hora e meia vendo um filme de diálogos, muitos diálogos,
com dezenas de palavras ditas a cada minuto. E depois do filme acabar eles ficam
mais meia hora parados, quietos, tentando assimilar as duas últimas frases.
Livros
A
Insustentável Leveza do Ser – É meu livro favorito. A história
é contada fora de ordem cronológica. Você sabe desde o começo o que vai
acontecer na vida de todos os personagens. Mas o escritor só revela o que cada
um estava pensando ou sentindo quando eles aparecem pela última vez. Depois eu
reli o livro em algumas ocasiões, mas quando terminei o livro pela primeira vez
fiquei sem chão por todo o resto do dia.
Lavoura
Arcaica – Esse eu li uma vez só. A história é confusa,
a linguagem é arrastada. Passei o livro inteiro sem entender o que o escritor
estava querendo dizer. Daí vem o último capítulo, as cartas são postas à mesa e
o protagonista dá sua cartada final. É um soco na cara. Mais uma vez, fiquei
algumas horas paralisado depois de terminar a última página.
Músicas
Eduardo e Mônica (clique pra ouvir) – Sei que pra muita gente é uma música
batida, mas a primeira vez que ouvi essa canção eu já tinha uns 22 anos. E ouvi
de forma inesperada, no rádio do walkman enquanto esperava o ônibus pra
faculdade. É uma letra curiosa, o refrão é dito apenas no início e no final da
música. E é justamente no fim que ele faz sentido.
Israel’s Son (clique pra ouvir) – Essa foi outra música que descobri
tardiamente. Quer dizer, mais ou menos. Eu devia ter uns 18 anos. Mas me
impressionei com o som que esses garotos fizeram quando ainda tinham 14-15
anos. A explosão no final, depois que parece que a música já acabou, me arrepia
até hoje. Coisas do rock.
Dois pra Lá, Dois pra Cá (clique pra ouvir) – Mais uma música que “acaba” de
repente e volta de maneira inusitada, ainda mais envolvente. E na voz dela, Elis, a maior de todas. Um bolerão rasgado, pra ser ouvido ao lado de um
copo de whisky. De preferência curtindo uma fossa daquelas.
Games
The
Legend of Zelda: Ocarina of Time – Um dos melhores
jogos da história tem também o chefão final mais desafiador de todos os tempos.
Ele surpreende porque é difícil de um jeito certo, honesto. A agilidade do
jogador, sua destreza, raciocínio, capacidade de observação, tudo será testado na
medida exata. E ao mesmo tempo.
Shinobi
III: Return of the Ninja Master – Esse foi o
auge da série Shinobi. É um game que também tem um chefão final tremendamente
difícil. Aliás, toda a última fase é muito difícil. Mas, além de desafiador, é
um jogo bastante intuitivo. Seu sucesso depende diretamente das habilidades desenvolvidas
nas fases anteriores. Mesmo quando perde, o jogador não sai frustrado, pois dá
pra perceber onde errou e o que está faltando. E quando consegue finalizar, é gratificante.
Série
de TV
24
Horas – As aventuras do agente secreto Jack
Bauer são rápidas e cheias de reviravoltas. O roteiro é muito bem amarrado; é impossível
comentar a história sem deixar escapar algum spoiler. A primeira temporada é uma
obra-prima composta por 24 episódios. O último deles é o mais tenso e também o
mais difícil de prever até os minutos finais. De perder o fôlego.